Em um novo gameplay de The Blood of Dawnwalker, a Rebel Wolves prova que a dualidade do protagonista Cohen não é apenas estética: ela é a mecânica central que molda o mundo e as missões.
Quando vi o primeiro trailer de gameplay de The Blood of Dawnwalker, fiquei animado com a densidade da lore (como a sinistra “Missa de Sangue”) e a brutalidade do combate, talvez por estar com as histórias do The Witcher 3 na cabeça e aguardando algo minimamente parecido. Agora, com o “Gameplay Overview (Part II)” divulgado pelo estúdio, entendemos o que realmente faz esse RPG pulsar: um sistema de “narrativa sandbox” totalmente dependente da sua escolha entre humanidade e vampirismo.
Os desenvolvedores da Rebel Wolves foram claros: no jogo, não existe uma distinção real entre “missões principais” e “secundárias”. O que existem são “histórias que você tece juntas”. O novo vídeo prova que isso não é papo de marketing, mostrando como uma única missão, encontrar o túmulo de St. Mihi, se transforma radicalmente dependendo da hora do dia.
O caminho do humano: investigação e diálogo (dia)
Jogando durante o dia, The Blood of Dawnwalker se assemelha a um RPG investigativo clássico. Cohen, em sua forma humana, não pode simplesmente invadir a catedral para encontrar a cripta.
A abordagem é social e metódica:
- Diálogo: O jogador precisa conversar com o diácono;
- Sub-Quest: O clérigo, desconfiado, só oferece ajuda se Cohen resolver um problema para ele: encontrar o zelador desaparecido, Radu;
- Investigação: Isso leva Cohen a um asilo, onde ele descobre que o zelador se transformou em um monstro (Muron) e precisa ser abatido;
- Habilidade Única: Sendo humano, Cohen usa uma magia específica (“compel soul hex”) para interrogar o cadáver de Radu e entender o que aconteceu;
- Recompensa: Ao reportar a situação, ele ganha a confiança do diácono e, finalmente, o acesso à biblioteca, onde um livro revela a localização da cripta.
É um loop de gameplay completo, focado em exploração e resolução de mistérios, que seria impossível de executar à noite.
A sombra do vampiro: furtividade e poder (noite)
Ao cair da noite, o jogo muda. A mesma missão ignora completamente o diácono, o asilo e a investigação de Radu. O objetivo é o mesmo (entrar na biblioteca), mas a jornada é outra.
Como vampiro, Cohen usa força e habilidades sobrenaturais:
- Furtividade e Travessia: Utilizando a habilidade “Shadow Step”, Cohen escala as paredes da catedral, se esgueirando pelos telhados e andaimes;
- Invasão: Ele evita os guardas e entra na biblioteca diretamente pela sacada (que estava trancada durante o dia);
- Acesso Direto: Cohen lê o mesmo livro e descobre a localização da cripta;
- Combate: Ao sair para o pátio, ele é forçado a lutar, usando suas garras e a habilidade “voracious bite” para despachar os inimigos.
Essa abordagem mostra como o jogo recompensa o jogador por pensar de acordo com sua forma atual, criando dois caminhos paralelos (e não-excludentes) para o mesmo objetivo.
Olhando as duas oportunidades e avaliando meu próprio jeito de jogar, diria que eu investiria mais no formato do dia, investigação e diálogo. Entretanto, andar pela parede e movimentação noturna vem bem a calhar.
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A Rebel Wolves está ouvindo (e ajustando)
O vídeo também serviu para a Rebel Wolves mostrar que está atenta ao feedback da comunidade sobre o primeiro gameplay. Duas melhorias cruciais foram apresentadas:
A Câmera: Uma crítica comum era a proximidade da câmera, que agora tem uma segunda opção mais distante, permitindo uma visão melhor do combate e da exploração;
Fluidez do Combate: O menu de habilidades ativas não pausa mais o jogo. A seleção agora é em tempo real, tornando o combate mais dinâmico e fluido.
Se o primeiro gameplay nos vendeu o mundo sombrio de The Blood of Dawnwalker, este segundo vídeo nos vendeu a jogabilidade. A promessa de uma “narrativa sandbox” parece, finalmente, estar sendo tratada como o pilar central do design, e não apenas como um buzzword.
Em todo caso, estarei de olho nesse jogo e nas próximas notícias sobre.












