Silent Hill f: um novo capítulo da franquia, agora em terreno japonês

Desde o momento em que foi anunciado em outubro de 2022, Silent Hill f chamou minha atenção. Não apenas por ser um novo jogo da icônica franquia de terror psicológico, mas porque ele promete reinventar a série com uma ambientação japonesa e uma abordagem narrativa intrigante.

O mais recente evento da Konami (13 de março) nos trouxe mais algumas informações sobre o jogo e a introdução do conceito de “encontrar a beleza no terror”, que parece ser a base da experiência, e isso já me faz imaginar o que vem por aí.

Vale lembrar que Silent Hill f ainda não tem uma data de lançamento e estará disponível para PlayStation 5, Xbox Series X | S e PC.

A história e a protagonista

Silent Hill f se passa na década de 1960, na cidade fictícia de Ebisugaoka, inspirada na real Kanayama, no Japão. A protagonista, Hinako Shimizu, vivia uma vida comum até que sua cidade foi tomada por uma neblina misteriosa (olha ela aí), transformando tudo em um pesadelo vivo.

O que me chama a atenção é a forma como a narrativa parece focar não apenas no terror externo, mas também nos conflitos psicológicos da protagonista, algo que já é recorrente na série, mas é bom saber que eles mantiveram isso.

Ryukishi07, conhecido por Higurashi When They Cry (uma obra que pessoalmente não conheço), está por trás do roteiro. Ele mencionou que Silent Hill f não trata apenas de um local assombrado, mas também dos demônios internos de seus personagens.

Se isso for bem executado, pode ser uma experiência bastante importante para estabelecer a saga de volta ao cenário do mundo de terror, ainda mais depois do ótimo Silent Hill 2 Remake.

Hinako Shimizu do jogo Silent Hill f.
Hinako Shimizu – Silent Hill f. Fonte: Steam Konami.

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Silent Hill no Japão

Sempre associei Silent Hill àquela atmosfera de cidade americana isolada e decadente, então ver a franquia explorando um cenário japonês me deixa curioso. Somado a isso, não é possível deixar de lado a associação com os jogos Fatal Frame e Siren com esse clima de terror japonês.

Ryukishi07 visitou pessoalmente Kanayama e se inspirou nos becos labirínticos e na atmosfera quase melancólica do local para criar Ebisugaoka. O contraste entre a cultura japonesa e o horror claustrofóbico pode trazer um frescor à franquia.

Comparação entre a cidade real, Kanayama, e a cidade de Ebisugaoka no jogo.
Comparação entre a cidade real, Kanayama, e a cidade de Ebisugaoka no jogo. Fonte: Konami.

O conceito de “encontrar a beleza no terror” também parece algo profundamente enraizado na cultura japonesa, onde o grotesco e o sublime costumam caminhar lado a lado.

Motoi Okamoto, produtor da série, comentou que “quando algo se torna belo e perfeito demais, pode se tornar profundamente perturbador”. Essa ideia me deixa ainda mais ansioso para ver como isso será traduzido na arte e na narrativa do jogo.

Cenário do jogo Silent Hill f no Japão.
Ambientação do Silent Hill f. Fonte: Steam Konami.

Equipe criativa por trás do jogo

Silent Hill f tem um time de peso por trás do projeto:

  • Ryukishi07 (Roteirista): Conhecido pela obra Higurashi, sabe construir mistérios psicológicos envolventes e por conta disso foi escolhido para o roteiro;
  • kera (Designer): Sua arte conceitual é conhecida por ser perturbadora e bela ao mesmo tempo, algo que combina perfeitamente com a proposta do jogo. A ideia de monstros que refletem aspectos humanos sempre me intrigou em Silent Hill, e espero que kera traga criaturas memoráveis para o jogo. Aliás, a criatura na escada apresentada no trailer, já nos dá um pouco de ideia de como elas serão. A sua posição não natural e seu andar pausado já dá uma ideia de quão grotesco será;
  • Akira Yamaoka (Compositor): Não preciso nem dizer o quanto a trilha sonora de Silent Hill é icônica. Saber que Yamaoka está de volta me dá esperança de que teremos uma trilha sonora que não apenas ambienta, mas também aprofunda a experiência emocional do jogo.
Cenário do jogo Silent Hill f.
Silent Hill f. Fonte: Steam Konami.

Expectativas e conclusão

Com um time talentoso e uma premissa intrigante e curiosa, Silent Hill f tem tudo para dar um segundo passo no renascimento da série, logo depois do remake do segundo jogo.

A combinação de um novo cenário, uma protagonista promissora e uma abordagem narrativa focada no terror psicológico me faz acreditar que esse pode ser um dos títulos mais interessantes da série.

Ainda restam muitas dúvidas sobre como o jogo realmente funcionará na prática, mas já estou ansioso para explorar esse novo mundo onde beleza e horror se misturam de forma inquietante.

Se você, assim como eu, gosta de terror psicológico com histórias profundas e atmosferas envolventes, Silent Hill f definitivamente merece sua atenção.

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